EVASÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL II
FERNANDES,
Osmar Soares
RESUMO
O presente artigo pretende abordar um estudo
analítico sobre quais são os motivos que resultam à Evasão Escolar no Ensino
Fundamental II, na Escola Estadual do Município de Itaúna do Sul, Noroeste do
Estado do Paraná, nos últimos dez anos do século XXI (2004 a 2014). Os elevados
índices da evasão escolar no Brasil preocupam muito os estudiosos da área
educacional. Para isso, deseja-se aprofundar o tema abordado através do conhecimento
científico, por meio de trabalhos publicados pelos autores Saraiva, Sotto, Saviani e a
Psicopedagoga Bossa, e, de pesquisa de campo com três ex-alunos da Escola. Por
que o aluno parou de estudar? Esse questionamento normatizou levantar as
causas, efeitos e as consequências da evasão escolar. De acordo com o estudo
elaborado verificou-se as prováveis razões que levaram os alunos a abdicarem da
escola: bullying, gravidez precoce, falta de segurança e o desinteresse
pelo estudo. Este trabalho objetiva compreender a matéria no âmbito do
município e expor algumas medidas governamentais executadas para minimizar o
fracasso escolar brasileiro.
Palavras-chave: Estudo, Evasão
Escolar, Escola, Aluno e Educação.
ABSTRACT
This article seeks to address an analytical
study of what are the reasons that result to the Dropouts in Secondary School,
the State School of the Municipality of South Itaúna, the Northwestern Paraná,
in the last ten years of the twenty-first century (2004-2014). High rates of
truancy in Brazil very concerned scholars in the education sector. To do this,
you want to deepen the topic addressed through scientific knowledge through
studies published by the authors Saraiva, Sotto, Saviani and psycho Bossa, and
field research with three former students of the School. For that students left
school? This questioning has standardized raise the causes, effects and
consequences of truancy. According to the study prepared there was probable
reasons for students to school abdicate: bullying, teen pregnancy, lack of
security and the lack of interest by the study. This study aims to understand
the material within the municipality and expose some government measures
implemented to minimize the Brazilian school failure.
Key
words: Study, School Failure, School,
Student and Education.
________________________
Graduado em História – Licenciatura Plena,
Faculdades Integradas de Cuiabá, Mato Grosso (UNIC-MT). Estudante de
Pós-graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Instituto RHEMA,
1ª Turma de Nova Londrina, Estada do Paraná. Atua como professor de História na
Rede Pública Estadual de Ensino nas cidades de Nova Londrina e Itaúna do Sul,
Ensino Fundamental II. Contato: osmarescritore@hotmail.com.
1.
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como o papel prioritário identificar, discutir e
elucidar os fatores que resultam à Evasão Escolar no Ensino Fundamental II, na
Escola Estadual do Município de Itaúna do Sul, Noroeste do Estado do Paraná,
nos últimos dez anos do século XXI (2004 a 2014). Os elevados índices da evasão
escolar no Brasil preocupam muito os estudiosos da área educacional. Para isso,
deseja-se aprofundar o tema abordado através do conhecimento científico, por
meio de trabalhos publicados pelos autores Saraiva, Sotto e a Psicopedagoga
Bossa, e, de pesquisa de campo com três ex-alunos da Escola. Por que o aluno
parou de estudar? De acordo com o estudo elaborado verificou-se as prováveis
razões que os levaram a abdicarem da escola: bullying, falta de segurança, gravidez precoce e o desinteresse
pelo estudo (preguiça). Este trabalho objetiva compreender a matéria no âmbito
escolar e expor algumas medidas governamentais executadas para minimizar o
fracasso do ensino brasileiro. O combate à evasão escolar contribui para
reduzir os números da violência infantil e juvenil. Crianças e adolescentes que
não estão na escola, estão na ociosidade, sujeitos a caírem no mundo das drogas
e da violência como um todo. Outra vantagem ao combate à evasão escolar é que
na escola o aluno recebe uma educação formal para o mundo do trabalho e para o
exercício da cidadania. A escola é um espaço de convivência social, de
aprendizagem e de formação cidadã. A escola representa o futuro de uma nova
geração e a preparação do cidadão para um País melhor. O ambiente escolar é o
local onde o aluno obtém a aprendizagem, as relações interpessoais, familiares e
a interação com a comunidade.
O
ambiente escolar, a vibrante interação de criança, professor, currículo,
ambiente, família e comunidade, é um microcosmo do universo: o espaço físico
delimita o mundo; o sistema escolar e sua organização revelam a sociedade; as
pessoas envolvidas na experiência de aprendizado formam a população. (Taylor &
Vlastos, 1983, s/p).
Com base nas diretrizes da Secretaria de Estado da Educação do Paraná -
SEED, que contemplam a articulação, integração e conscientização de todos os
envolvidos no processo de ensino da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná,
a Coordenação de Gestão Escolar, com o apoio do Ministério Público do Estado do
Paraná, e da Associação dos Conselhos tutelares, atendendo ao disposto no Termo
de Convênio de Cooperação Técnica celebrado em 21/11/2012, apresenta o Caderno
de Orientações do Programa de Combate ao Abandono Escolar no Paraná. As ações
previstas neste documento visam contemplar roteiro técnico de atuação e modelo
de notificação obrigatória de aluno ausente, visando assegurar a permanência e
o sucesso da aprendizagem dos (as) estudantes matriculados (as) nas escolas
públicas do Paraná.
Com este Programa, a SEED busca confirmar a concepção democrática da
escola como direito de todos, não apenas um direito legal, mas uma preocupação
com situações que impeçam a permanência ou o acesso de crianças e adolescentes
na escola. Com a implantação das orientações contidas neste caderno,
pretende-se auxiliar a escola na sistematização das suas ações e
encaminhamentos de enfrentamento ao abandono.
Fonte:http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/combate_abandono_escolar/programa_combate_abandono_escolar.pdf
A escola, deverá sempre representar [...] um
espaço democrático e emancipatório por excelência, constituindo-se, juntamente
com a família, em extraordinária agência de socialização do ser humano,
destinada aos propósitos de formação, valorização e respeito ao semelhante. É
sobretudo na escola que a criança, e o adolescente encontram condições de
enriquecimento no campo das relações interpessoais, de desenvolvimento do senso
crítico, de consciência da responsabilidade social, do sentimento de
solidariedade e de participação, de exercício da criatividade, de manifestação
franca e livre do pensamento, de desenvolvimento, em necessário preparo ao
pleno exercício da cidadania. (SOTTO MAIOR NETO, 2004).
No Brasil, um a cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental II
abandona a escola antes de completar a última série. Vários são os motivos que
levam o aluno a desistir de estudar: a necessidade de entrar no mercado de
trabalho, a falta de interesse pela escola, dificuldades de aprendizagem, a
violência na escola, deficiência no transporte escolar, falta de incentivo dos
pais, mudanças de endereço, a falta de atrativos culturais e artísticos nas
escolas, a informatização de péssima qualidade, a multirepetência, a indisciplina
e a questão socioeconômica.
A Carta Magna, a Constituição Brasileira
promulgada, dia 05 de outubro de 1988, Capítulo III, Seção I – Da Educação.
Art. 205. “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho”.
Conforme Saraiva (2013) “abandono é a condição de infrequência escolar
que ocorre durante o andamento do ano letivo, porém no outro ano escolar o (a)
estudante é rematriculado. Já na evasão escolar, não ocorre a rematrícula no
ano posterior”. A escola e todos os integrantes da Rede de Proteção Social da
Criança e do Adolescente conseguem atuar diretamente nas causas que levam ao
abandono escolar e assim evitar a evasão escolar.
O fracasso escolar, na avaliação da doutora Bossa (2011), é o fracasso
do próprio sistema de ensino. A autonomia intelectual que a escola deveria
garantir ao aluno não existe. A evasão escolar provoca a diminuição no
orçamento de uma instituição de ensino, já que a distribuição dos investimentos
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação (FUNDEB) é feita de acordo com o número de alunos
que efetivamente estão matriculados e frequentam a escola. Além disso, pode-se
elucidar que um povo que não evolui no conhecimento põe em xeque o próprio
desenvolvimento de sua cidade, de seu estado e de seu país. O ensino
fundamental acontece numa fase da vida da criança que biologicamente temos
todas as possibilidades de aprendizado.
Este trabalho objetiva compreender a matéria no âmbito escolar e expor
algumas medidas governamentais executadas para minimizar o fracasso escolar
brasileiro. Erradicar a Evasão Escolar no Brasil é o objeto de desejo dos
educadores e dos responsáveis pelas políticas públicas, dos governantes e de
todos os envolvidos direto e indiretamente nesta missão. De acordo com as
entrevistas realizadas com os três ex-alunos da Escola EF II, do Município de
Itaúna do Sul, Noroeste do Estado do Paraná, o que determinou a Evasão Escolar
foi: bullying, falta de segurança,
gravidez precoce e o desinteresse pelo estudo (preguiça).
Diante do exposto, o alvo é analisar os elementos que causaram a evasão
escolar na Escola do EF II, do município de Itaúna do Sul, refletir sobre
estudos bibliográficos sobe o tema e as políticas públicas implantadas para
erradicar esse problema.
O
Ministério da Educação (MEC), A Secretaria de Estado de Educação (SEEDUC) e os
Núcleos Regionais de Educação (NRE), implantam a cada ano, novos métodos de
ensino e aprendizagem para erradicar ou minimizar a evasão escolar. Uma escola
deve construir mecanismos básicos e eficientes para não perder sua obra prima –
o aluno, pois, sem ele, o sistema educacional do país estará fadado ao
fracasso, e, além disso, o aluno fora da escola, na ociosidade, poderá levá-lo
ao crime, às drogas e ao caos social.
Saviani
(1991, p. 19), afirma que “para sobreviver o homem necessita extrair da
natureza, ativa e intencionalmente, os meios de sua subsistência. Ao fazer isso
ele inicia o processo de transformação da natureza, criando um mundo humano (o
mundo da cultura) ”. Reafirmando a centralidade do trabalho demonstra que
também a cultura e, portanto, a educação tem aí sua origem. Decorre desta
relação que “a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos. Assim sendo, a
compreensão da natureza da educação passa pela compreensão da natureza humana”.
Saviani (1991, p. 19). Sendo assim, a educação é uma exigência do e para o
processo de trabalho no qual é, ela própria, um processo de trabalho e este é
tido como princípio educativo. Nas palavras de Saviani (1991, p. 15), “o homem
não se faz homem naturalmente, ele não nasce sabendo ser homem, vale dizer, ele
não nasce sabendo sentir, pensar, avaliar, agir. Para saber pensar e sentir,
para saber querer, agir ou avaliar é preciso aprender, o que implica o trabalho
educativo”. Portanto, a educação – como processo de trabalho não-material - se
torna parte do e para o processo de trabalho material (a luta pela
sobrevivência diária).
2.
HISTÓRICO
Um a cada quatro alunos que inicia o ensino
fundamental no Brasil abandona a escola antes de completar a última série. É o
que indica o Relatório de Desenvolvimento 2012, divulgado nesta quinta-feira
(14) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Com a taxa de 24,3%, o Brasil tem a
terceira maior taxa de abandono escolar entre os 100 países com maior IDH
(Índice de Desenvolvimento Humano), só atrás da Bósnia Herzegovina (26,8%) e
das ilhas de São Cristovam e Névis, no Caribe (26,5%). Na América Latina, só
Guatemala (35,2%) e Nicarágua (51,6%) tem taxas de evasão superiores. Não foi
divulgado o índice do Haiti. No relatório, o organismo da ONU sugere que o país
adote "políticas educacionais ambiciosas" para mudar essa situação,
por causa do envelhecimento da população brasileira, que deve se intensificar
nas próximas décadas e reduzir o percentual de trabalhadores ativos. O
documento divulgado nesta quinta-feira (14) mostra que apesar de ter avançado
nas últimas duas décadas, o Brasil ainda tem um IDH menor que a média dos
países da América Latina e Caribe. O país está na posição 85ª do ranking, que
leva em conta a expectativa de vida, o acesso ao conhecimento e a renda per
capita.
Veja os dados relativos à educação no relatório do Pnud de 2012
Fonte: UOL EDUCAÇÃO. Brasil tem 3ª maior taxa de evasão escolar entre 100 países, diz Pnud, 2013. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/14/brasil-tem-3-maior-taxa-de-evasao-escolar-entre-100-paises-diz-pnud.htm. Acesso em: 27 de outubro de 2014.
2.1 Anos de
estudo
O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
também revelou que o Brasil tem a menor média de anos de estudo entre os países
da América do Sul. Segundo dados de 2010, a escolaridade média do brasileiro
era de 7,2 anos – mesma taxa do Suriname – enquanto são esperados 14,2 anos. No
continente, quem lidera esse índice é o Chile, com 9,7 anos de estudo por
habitante, seguido da Argentina, com 9,3 anos, e da Bolívia, com 9,2 anos.
De
acordo com o Ministério da Educação (MEC), a evasão atinge 6,9% no Ensino
Fundamental e 10% no Ensino Médio (3,2 milhões de crianças e jovens, segundo
dados de 2005). São mais 2,9 milhões (dados de 2007) que abandonam as aulas num
ano e retornam no seguinte, engrossando outro índice preocupante: o da
distorção idade e série. O pior índice foi o do Nordeste, com 8,9%, seguido do
Norte, com 8,4%. No ensino médio, as taxas são ainda mais críticas: no país, o
indicador foi de 10%; o Norte teve 11,2%, o Centro-Oeste, 10,5%; e o Nordeste,
9,5%.
Esgotadas as possibilidades internas de reinserção do (a) estudante
infrequente, a escola deve acionar diretamente a Rede de Proteção dos Direitos
da Criança e do Adolescente, da qual também é integrante, para que outras ações
destinadas a promover o retorno do (a) estudante à escola sejam desencadeadas,
a partir da análise das peculiaridades de cada caso.
Ao
analisar as várias medidas de governos Municipal, Estadual e Federal, e as das
Instituições de Ensino, para solucionar ou diminuir a Evasão Escolar,
constata-se que o trabalho eficiente do Ministério da Educação, do Ministério
Público, do Conselho Tutelar, da Associação de Pais e Mestres e da Escola como
um todo, que, realizam, cotidianamente, uma força tarefa para manter o aluno na
escola e em sala de aula, verificou-se, infelizmente, o fracasso. A própria
escola tem fiscalizado e estudado soluções para trazer de volta o seu aluno
desistente. Uma medida básica da escola é o diálogo mantido com o próprio
aluno, depois com os pais ou responsáveis e, por fim, com as autoridades
competentes, quando o caso requer. Outro fato importante para detectar a evasão
é o livro de chamada, usado diariamente para verificar a presença e o número de
faltas do educando.
Ao
comparar a evasão escolar brasileira com outros países do MERCOSUL (2007), o
fato chama a atenção e fica evidenciado que muito tem a ser feito para resolver
essa lacuna na Educação do País, apesar de medidas competentes já aprovadas e
colocadas em práticas.
Estudos
apontam para diversas causas que podem levar a infrequência escolar, tais como
ausência de materiais escolares/uniforme, transporte escolar, exploração do
trabalho infanto-juvenil, exploração ou violência sexual, dificuldades
pedagógicas, repetências, violência física e emocional, uso e tráfico de
drogas, dentre outros fatores (MISSÃO CRIANÇA, 2001).
3.
METODOLOGIA
A
pesquisa foi realizada sobre os fatores que resultaram à Evasão Escolar nos
últimos dez anos do século XXI (2004 a 2014), no Ensino Fundamental II, na
Escola Estadual do Município de Itaúna do Sul, Noroeste do Estado do Paraná. O
estudo foi pautado em fontes bibliográficas construído a partir dos autores
Saraiva, Sotto, Saviani, Bossa e entrevistas de campo com três ex-alunos da
Escola.
O
objetivo fundamental da pesquisa foi detectar nas fontes bibliográficas os
problemas e possíveis soluções sobre o tema em epígrafe, e buscar nas
entrevistas com os ex-alunos o motivo intrínseco de suas desistências da
escola. A entrevista foi realizada na residência dos alunos após a autorização
dos pais e a aprovação de cada discente. Foi explicado a cada um sobre a
importância deste trabalho e que a entrevista e imagens seriam utilizadas única
e exclusivamente para este fim.
A coleta de dados foi a de estudo de fontes bibliográficas qualitativa e
de entrevistas com a pergunta central e objetiva sobre a evasão escolar, que,
foram gravadas e transcritas. Iniciou-se a entrevista com a pergunta: "Por
que você parou de estudar? ". A partir da resposta, eram formuladas
questões secundárias que visavam identificar ou esclarecer as razões que o
levou a desistir da escola.
4 ANÁLISE DE DADOS
Depois de analisados os estudos científicos, dados e gráficos, sobre o
combate à evasão escolar no Brasil, verificou-se que, o fracasso escolar neste
sentido é evidente. Ficou mais claro ainda, quando avaliado com a audiência
elaborada por meio de entrevista com três ex-alunos da Escola Estadual do
Município de Itaúna do Sul, gravada e transcrita, sobre o tema central do
estudo: Por que você parou de estudar?
O
aluno “A” respondeu o seguinte: “Parei porque não gosto de estudar não! A
mulecada ficava mi xingandu de queimadinhu (tivi queimadura na perna). Tenho 14
anos e parei de estudar por isso. Brigava muito, ficava muitu revoltado, e meu
pai era sempre chamado na escola; depois brigava comigo... Já repeti o 6º ano e
só volto se a escola tiver segurança”.
O
aluno “B” respondeu o seguinte: “Estudei até o 6º ano, tive minha filha muito
cedo, me engravidei aos doze e tive ela aos treze. Esse foi o motivo que parei
de estudar. Achava difícil né, estudar com filha pequena... não quis deixar ela
na creche, e depois não quis mesmo estudar. Fui mãe solteira. Voltei depois a
estudar e num... Parei de vez, não quis
mais, não. E minha filha com doze tá grávida, também, por isso, parou de
estudar. Se der certo, ano que vem ela vai voltar pra escola”.
O
aluno “C” respondeu o seguinte: “Eu tenho dezesseis anos e estudei até o 1º
ano, à noite; repeti o nono ano... Parei porque tinha preguiça de estudar. Eu
ia lá, e ás vezes, o professor faltava... Era pra eu ter levado a tarefa e eu
não tinha... Tinha dia que eu vinha embora e tinha dia que resolvia não ir
mesmo... Eu ficava com a minha vó o dia inteiro porque ela tava doente... Parei
de estudar porque tinha muitas faltas. Meu problema não era as notas era as
faltas. Mas, pretendo voltar ano que vem e pretendo me formar em Engenharia
Civil... Sei se volto, não!”.
A análise das entrevistas e a identificação dos problemas levantados
sobre o tema, evidenciam que os alunos se apresentaram pragmáticos à evasão
escolar, que a escola é um ambiente obrigatório e sem atrativos, o que confirma
inúmeros estudos e leis criadas para os levarem ao retorno escolar. O desafio
de resolver ou minimizar esse dilema está nos governantes, no poder público, na
comunidade escolar, na família, que, devem no mínimo, reavaliar o sistema
educacional brasileiro, isto é, rever alguns conceitos e implantar estruturas
que visem melhorar a qualidade de ensino e aprendizagem no Brasil.
Melhorar o ambiente escolar é uma tarefa de toda a sociedade. Atrair o
jovem para dentro da escola é fundamental para o crescimento intelectual, para
o mercado de trabalho e para a própria cidadania. A escola não deve ser uma
obrigação e sim um prazer. Diante da análise e de todo exposto, conclui-se que
a educação brasileira está distante de ser a almejada pela comunidade
estudantil.
Considerações
Finais
O
problema da evasão escolar vem sendo enfrentado de forma incisiva pelas
autoridades educacionais brasileiras, desenvolvendo projetos escolares, onde
envolve as Políticas Públicas, a Escola, a Associação de Pais e Mestres (APM),
a família, o Conselho Tutelar e o Ministério Público.
Com
vista à redução da evasão escolar do ensino fundamental II, no município de
Itaúna do Sul, a Escola visita as famílias dos ex-alunos, aborda a
problematização que os fizeram desistir da escola e tenta resgatá-los, e,
quando essa abordagem é negativa aciona por meio do Conselho Tutelar, e, em
último caso, através do Ministério Público, e mesmo assim, nem sempre se obtém
o sucesso.
Para minimizar o problema o Governo, o Poder Público, a Escola, a Família,
têm implantado medidas que visam a inclusão desses alunos desistentes ao
regresso à Escola. A Escola procura dentro de suas limitações resgatar o aluno,
trazê-lo de volta, mas, nas pequenas cidades, verifica-se que o sistema
educacional caminha a passos de tartaruga, está retrógrada, longe da ideal, sem
atrativos, o que propicia aumentar a cada ano o índice da Evasão Escolar no
País.
Para atender os avanços estruturais que o mundo globalizado exige é
necessário principalmente investir em tecnologia. Uma escola inclusiva,
informatizada, é mais atraente, e, para trazer de volta seu público alvo (o
Aluno, a aluna), é preciso ser prazerosa, necessidade fundamental para seu
sucesso no presente, e essencial para sua manutenção no futuro.
No
município de Itaúna do Sul, noroeste do Estado do Paraná, é manifesto e de
praxe a preocupação com a Evasão Escolar, essencialmente no Ensino Fundamental
II, pois, sempre tem mantido uma política social, educacional e de integração
junto a toda comunidade envolvida, visando sempre minimizar os problemas que
levaram alunos a desistirem da sala de aula, pois, tem consciência plena de que
o aluno é a matéria prima da escola.
O
esforço da equipe Diretiva, de apoio, professores e demais funcionários não
medem esforços para erradicar a Evasão Escolar no município, e ainda, a escola
conta com o apoio de toda a comunidade envolvida para minimizar um problema que
não é só local, mas também nacional.
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Acesso em: 27 de outubro de 2014.